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Vincular gasto com saúde e educação não garante qualidade, diz secretário
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A vinculação dos gastos com saúde e educação a um patamar da receita líquida do governo, atual formato contemplado na Constituição, não é garantia de qualidade e nem de prioridade para estas áreas, segundo avaliação feita pelo secretário de Acompanhamento Econômico do  Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida.

“Receita vinculada não é garantia de prioridade e de gasto aplicado. Isso não significa qualidade e tampouco prioridade”, declarou Almeida, que participou nesta terça de uma entrevista para responder a perguntas de jornalistas sobre a PEC do teto de gastos, no Congresso. O relator da proposta, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), também participou.

Almeida disse que os gastos com Saúde e Educação estão, atualmente, acima do piso constitucional, “em um patamar alto”. “Há muito espaço para melhoria. A gente está falando de gasto [total do orçamento] com R$ 1,3 trilhão. Há muito espaço para melhorar essa montanha de dinheiro”, declarou.

Desse valor total, mais de R$ 500 bilhões são destinados à Previdência Social e mais de R$ 200 bilhões ao pagamento da folha de pagamento de servidores públicos.

Formato atual e proposta do governo
Atualmente, o gasto com saúde precisa obedecer ao percentual mínimo de 13,2% da receita líquida. Os estados e o  Distrito Federal devem investir o mínimo de 12% de suas receitas, enquanto os municípios devem aplicar pelo menos 15%.

Com educação, a Constituição prevê um gasto mínimo de 25% das receitas tributárias de estados e municípios – incluídos os recursos recebidos por transferências entre governos – e de 18% dos impostos federais, já descontadas as transferências para estados e municípios.

Com esse modelo, de acordo com dados do  Tesouro Nacional, os gastos com saúde registraram, na média, uma alta real (acima da inflação) de 6,25% ao ano entre 2003 e 2015. Já as despesas com educação tiveram um crescimento médio de 8,5% ao ano nesse mesmo período. O indicador considerado aqui é o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI).

Para conter o aumento do rombo nas contas públicas, o governo Temer enviou ao Congresso uma proposta que institui um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos. A ideia é que o aumento das despesas do governo em um ano, inclusive com saúde e educação, fique limitado ao índice de inflação, medida pelo IPCA, do ano anterior.

O texto até permite que o governo aumente os gastos em um determinado setor. Entretanto, para compensar, terá que cortar repasses para outras áreas, na mesma proporção.

Discussão no Congresso Nacional
Questionado se a população concordaria com a contenção dos gastos com saúde e educação mesmo após o governo ter aprovado reajustes bilionários para servidores públicos, Almeida declarou que isso terá de ser discutido no Congresso.

“[O assunto] vai passar [ser discutido] no Congresso. Se o Congresso aprovar, não é o que a sociedade quer?”, questionou ele.

De acordo com o secretário, se as áreas de saúde e educação não fossem incluídas na regra do teto, o tempo necessário para ajustar as contas públicas “seria muito mais longo”. “Em ajuste fiscal, não tem mágica”, acrescentou Almeida. A proposta atual prevê que o teto tenha validade por 20 anos, podendo ser alterado a partir do décimo ano.

Segundo o assessor especial do Ministério da Fazenda, Marcos Mendes, a previsão da equipe econômica é que, com a aprovação da PEC do teto de gastos públicos, a despesa total caia dos atuais 19,8% do PIB para cerca de 16,8% do PIB em 2025.

Para ele, esse seria “exatamente o mesmo” patamar que foi gasto em 2008, “ano em que o governo já gastava muito e que não faltava recursos para os principais programas”. “O ajuste [fiscal proposto] é de longo prazo e gradual”, concluiu Mendes.

 

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